sábado, 29 de novembro de 2008

Desmundo - Alain Fresnot

Desmundo - sem mundo, ausência de tudo que estrutura o mundo de uma pessoa.

Nos primeiros tempos do Brasil Colônia o Governo português, pensando apenas em levar da nova terra encontrada para Portugal o máximo de riquezas que pudesse, mandou para cá apenas homens com espírito aventureiro. Esses homens, nem sempre de boa índole, vieram em busca de riquezas não temiam embrenhar nas mata em busca de índios para ecravizar, ouro, pedras preciosas ou mesmo pau-brasil.

Em um ambiente nada hospitaleiro esses homens das mais variadas origens: construíram com foi possível as bases do nosso país. Para acompanhá-los em sua aventura o governo português enviava mocinhas órfãs, que não tinham outra saída a não ser aceitar o marido imposto com destino.

Entre essas mocinhas está Oribela, uma bela jovem que tenta de todas as formas se livrar de seu sofrimento. Muito bela mas por ter se rebelado acaba relegada a uma marido nada gentil. Oribela tenta fugir, mas acaba prisioneira do marido que decide cada vez mais se embrenhar mata a dentro com ela e o filho .

Em uma linguagem que precisei das legendas para enteder o filme mostra com foi formada a nossa língua a nossa cultura e nossa sociedade.

O português arcaico no qual são feitos os diálogos está na base do que falamos hoje, algumas formas ainda permanecem vivas nas variedades rurais de muitas regiões do Brasil.

Raízes do Brasil - Ségio Buarque de Holanda

O momento era pós Revolução de 30, de descrença no liberalismo tradicional, quando os ideais integralistas e socialistas estavam fortemente presentes, e em conseqüente constante divergência.Levado por tais tensões contemporâneas, Sérgio Buarque de Holanda procura, em Raízes do Brasil, não apenas compreendê-las, mas também compreender e explicar o Brasil e o brasileiro, ou seja, o modo de ser ou a estrutura social e política.

Portanto, Raízes de Brasil, além de ser seu primeiro grande livro, é também um caldeirão de idéias, onde aparecem suas preocupações quanto ao futuro do país, e os motivos históricos que impunham entraves para a modernização e democratização da sociedade brasileira.

Raízes do Brasil pode ser dividido em duas partes: a primeira trata do nosso passado colonial; da colonização portuguesa em comparação com a espanhola e do homem cordial. A segunda trata de uma sutil crítica à sociedade política da década de 30 e 40, principalmente uma crítica ao Estado Novo.
A problemática da democracia nesse ensaio passa pela análise, comum na época, da relação entre Estado e sociedade. Essa questão central é dividida em diversas outras como: a tipologia “trabalho” e “aventura”, distinguindo dois tipos de colonização: a portuguesa e a espanhola; a relação entre público e privado, através da análise da família patriarcal; a relação entre democracia e personalismo, democracia e cordialidade e, por fim, entre democracia e liberalismo
Ao fazer uma análise de “nossas raízes”, Holanda identifica a importância que a colonização portuguesa teve para a formação de nossa cultura. É lógico que tais influências não foram as únicas, cabendo ao índio e ao negro papel importantíssimo. A formação de nosso povo foi uma mistura dessas três raças. Só que os portugueses tinham características próprias, que foram responsáveis pela formação cultural e, principalmente, política no Brasil. A intenção de Sérgio Buarque de Holanda, nos primeiros capítulos de Raízes do Brasil, é descrever as características dos povos ibéricos, portugueses e espanhóis, destacando as peculiaridades de cada um.
Daí a confusão entre o público e o privado, e a invasão do Estado pela família, pois com uma sociedade apoiada neste tipo de família, a autoridade do patriarca é observada em todos os seguimentos da sociedade, passando o Estado a ser uma continuação da família: “Dessa forma, assiste-se a uma enorme impossibilidade de publicização das relações políticas e sociais, o que é, sem dúvida, o alimento que embasou a estruturação de uma sociedade que vai elevar o autoritarismo às alturas”. (REZENDE,1996, p.34)

Holanda também acredita que a miscigenação foi um fator positivo que contribuiu para a melhor adaptação do português no Brasil. O que o português vinha buscar, era, sem dúvida, a riqueza, mas riqueza que custa ousadia e não riqueza que custa trabalho. Isso foi mais um motivo para o português não utilizar o trabalho manual, deixando para os escravos esse duro trabalho. Esse desamor pelo trabalho também é justificado pelo ruralismo. Aqui, implantaram-se grandes propriedades rurais com mão-de-obra escrava, assim, não dependiam de trabalho para fazer movimentar o sistema. Todos queriam extrair do solo excessivos benefícios sem grandes sacrifícios. O desamor pelo trabalho, pelo esforço ordenado e sistemático, é fundamental para a compreensão de Raízes do Brasil.

Ainda hoje nossa sociedade valoriza o trabalho intelectual em detrimento do manual, hoje ainda existe a crença de que somente os intelectuais e detentores de diploma acadêmico devem ocupar os postos do poder. Educadores muitas vezes utilizam desse discurso para legitimar seu trabalho “quem não estuda não ascende socialmente”, embora a própria prática prove que muitos conseguem sucesso e prestígio social, mesmo sem estudos ou diplomas.
Cordial, segundo Holanda, é que vem do coração; isso pode ser o amor ou o ódio, o sentimento de perdão ou a vingança, a concórdia ou a discórdia: “A inimizade bem pode ser tão cordial como a amizade, visto que uma ou outra nascem do coração” (p.88). Holanda define, assim, esse conceito: "homem cordial - lhaneza no trato, hospitalidade, generosidade" (p.141).

Em nome dessa cordialidade política temos tantos problemas como nepotismo popi política e vida privada são uma coisa só.

A nossa aristocracia rural e semifeudal, segundo Holanda, incorporou tais ensinamentos para prevalecer seus privilégios e direitos, os mesmos privilégios combatidos pelos burgueses no Velho Mundo. A fermentação liberal que procedeu à proclamação da Independência constitui obra de minorias exaltadas, e sua repercussão foi bem limitada ao povo. Tais minorias:
“Ainda quando se punham a legiferar ou a cuidar de organização e coisas práticas, os nossos homens de idéias eram, em geral, puros homens de palavras e livros; não sabiam de si mesmos, de seus sonhos e imaginações. Tudo assim conspirava para a fabricação de uma realidade artificiosa e livresca, onde nossa vida verdadeira morria asfixiada”. (p.163)

Os políticos e demagogos chamam a atenção freqüentemente para as plataformas, programas, instituições, como as únicas realidades verdadeiramente dignas de respeito. Acreditam que, da sabedoria e da coerência das leis, depende diretamente a perfeição dos povos e dos governos. Pretende-se compassar os acontecimentos segundo sistemas, leis ou regulamentos de virtude provada, em acreditar que a letra morta pode influir por si só e de modo enérgico sobre o destino dos povos. E com temos leis que não saem do papel!

Mas o que ele faz de fato é um diagnóstico das elites contra as quais assenta sua mira. Todas as características relacionadas por Holanda são de nossas elites, que ele julgava responsável pelo nosso atraso político e econômico. Em seguida, ele aponta para a substituição dessas elites, atrasadas, anacrônicas, pelo povo, que será o protagonista da modernidade e da consolidação da democracia, visão esta compartilhada com a corrente modernista.

A intenção de Raízes do Brasil não é dar soluções jurídico-institucionais para nossos problemas, é, antes, encontrar no nosso passado uma forma de comportamento político que propiciou o lamentável mal-entendido de nossa democracia. Esse comportamento político tem origem cultural e histórica, portanto, passível de mudanças. São essas mudanças que ele observa a partir de 1888, mas ainda não plenamente desenvolvidas, daí a crença em uma “revolução vertical” que altere toda a estrutura social.
. Na sua noção de democracia, não há desprezo pelo papel das instituições sociais e, sim, uma relação de complementaridade entre as bases políticas e as bases culturais. A partir de uma mudança no nosso comportamento político é que poderemos falar em uma revolução das instituições sociais e parlamentares, a qual preparará o terreno para a realização de uma democracia plena

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Gêneros e tipos textuais

Amigo inconstante
Parte 1

Ontem, mais uma vez esperei horas e você não veio. Hoje, passei a manhã inteira irritada por causa disso. Aí, você me chega depois do almoço, sem a menor explicação, como se isso fosse normal. Eu cheia de coisas para fazer e você querendo me levar para tomar um café. Está querendo acabar comigo, é isso? Uma amiga me abriu os olhos : nós dois estamos vivwendo uma relação doentia. Eu estou me sujeitado aos seus horários e você está desrespeitando os limites. Não é porque eu vou para a cama com você que deixei de chefiar o órgão onde você exerce sua funçao. Você tem faltado muito e eu estou cansada disso. Quando não falta demora para chegar e vem disperso, agitado, não ajudando em nada. Eu preciso de você tranqüilo, cumprindo seus deveres, todos os dias, igual a todo mundo, ou não posso garantir o bom funcionamento da nossa unidade, ___amigo_______ sinceramente, qualquer probleminha que surge, você some. Tudo serve de desculpa para você não aparecere, uma conta para pagar, uma viagem de negòcios, um caso de doença na família.
Por mais que eu não queira te prejudicar, não possa agüentar um __sono_____ assim, tão inconstante.
[...]
Atenciosamente, Fernanda

Parte 2
A partir desta noite, não quero mais nenhuma ireegularidade sua. Não estou exigindo que você seja perfeito, mas na próxima vez que eu tiver de remediar alguma ausência de sua parte vou tomar medidas extremamente fortes. E não me importam as reações. Desejo uma convivência
leve e sadia entre nós, mas prefiro ter você sempre pesado do que sofrer as conseqüências da atual situação.
Não posso entender por que você mudou tanto. Lembro das agradáveis noites que passdamos juntos - você eventualmente profundo, muitas vezes superficial, mas sempre presente em minha vida.
Mesmo durante o dia você dava um jeito de estar ao meu lado quando eu ficava deprimida, de cuidadr de mim quando eu ficava com febre, de aliviar meu stress quando eu trabalhava demais.
Agora, quase nunca posso contar com você. Você só aparece quando be3m quer e quando eu menos preciso: num cinema, numa festa, num restaurante. Sua presença antes tão gratificante, ultimamente só serve para atrapalhar. Você jamais consegue estar comigo nas horas importantes, tem sempre algo complicado impedindo-o de chegar, mas sei de outras mulheres que dormem com você sem a menor dificuldade. Liguei para uma colega minha, noite dessas, para reclamar de mais uma de suas fugidas, e ela teve o desplante de me dizer que não podia falar comigo porque estava na cama com você. Enfim, estou com olheiras, e é por sua culpa. Mas sei que necessito de seus serviços, então lhe dou este ultimato. Ou você toma jeit e volta a me deixar em paz ou você afunda junto comigo.
Atenciosamente, Fernanda

Primeira parte:
1- Qual é o gênero do texto? Carta
2- Quais os elementos do texto fazem você chegar a essa conclusão? A linguagem do texto é informal, e o encerramento "atenciosamente, Fernanda".
3- Quem escreveu o texto? Alguém que está com dificuldades com o destinatário e queixa-se de sua inconstância.
4- O que a pessoa faz? É uma pessoa muito atarefada, talvez uma executiva.
5- Quais são os elementos do texto que fizeram você chegar a conclusão do que apessoa faz? As preocupações que afastam o destinatário, contas a pagar, viagem de negócios, a linguagem usada, o uso de termos como orgão onde você exerce sua função lembram o mundo empresarial.
6- Para quem é o texto? Para alguém que não está cumprindo bem sua função e está atrapalhando a vida da remetente.
7- O que levou você a descobrir para quem é o texto? O grau de intimidade do texto, e a relação de dependência da remetente onde é impossível separar "vida pessoal de trabalho".
8- Qual a relação entre quem escrevua e o destinatário? Quem escrevu depende muito do destinatário.
9- Como você percebeu isso? Há frases e palavras cobrando a presença do destinatário.
10 - O que você poderia escrever nas lacunas para completar o texto?
Segunda parte:
1- Como ela descreve o destinatário? Antes: pesado, amigo, cuidadoso, agradável, às vezes profundo outras superficial,mas presente; atualmente: inconstate e inconveniente.
2- Quais os seus aspectos positivos e negativos do destinatário? Positivos: amigo, profundo, companheiro; Negativos: inconstate, infiel, inconveniente.
3- Neste texto, temos um personagem narrador , ele é do sexo feminino ou masculino? Feminino
4- O que fez você chegar a essa conclusão? O uso de termos no feminino: outras mulheres, deprimida.
5- O que esta pessoa que narra o texto diz de sua vida em relação às irregularidades de seu destinastário? As irregularidades de seu destinatário têm causado muitos prejuízos e problemas à remetente.
6- Que nome você daria a este texto?