domingo, 7 de setembro de 2008

Gêneros Textuais Emergentes no Contexto da Tecnologia Digital – Luiz Antônio Marcuschi

Os novos gêneros que emergem do contexto da tecnologia digital, segundo Luis Antônio Marcuschi, “não são muitos... nem totalmente inéditos. Contudo sequer se consolidaram e já provocam polêmica quanto à natureza e proporção de seu impacto na linguagem e na vida social.” De fato não há como negar que as novas tecnologias provocaram mudanças na maneira das pessoas se comunicarem e agirem socialmente.
Apesar de muitas interações através do computador, muitas pessoas perderam a habilidade de se comunicar e agir socialmente. As novas tecnologias podem permitir fazer amigos conhecer pessoas, trabalhar e estudar, contudo a grande riqueza que o ser humano tem a oferecer e a receber é o convívio com outros seres humanos. Ainda que as comunicações digitais permeiem esses relacionamentos elas não devem substituir os encontros com outros seres humanos.
A evolução das comunicações digitais nos obriga a refletir sobre como essas tecnologias vão interferir na nossa linguagem. Apesar de usar e-mail, chats, salas de bate-papo, assistir aulas virtuais – que ambientes que exigem maior agilidade numa modalidade de comunicação essencialmente escrita mas que em alguns casos requer uma agilidade semelhante ao tempo da fala.

elaborei uma entrevista para meus alunos do 6º e 7º anos a respeito de sua atividades na internet. Alguns responderam muitos disseram não ter acesso a computadores

Texto Linguagem e Interação – Maria Luiza Monteiro Sales Coroa



Dividimos o texto e formulamos questões para debate. Trocamos as perguntas e um grupo respondeu as respostas de outro. Devolvemos as questões e após o debate, cada formulou seu texto. O meu é este.
Concluí que não é possível interagir com o mundo se não for através de textos. Produzimos textos orais e escritos todo o tempo. Quando a escola decide qual livro adotar é necessário que leve em consideração questões como; O livro dá relevância às estruturas lingüísticas? Ou apenas aos aspectos gramaticais da língua? Valoriza o trabalho com a oralidade? Facilita a transição do oral para o escrito? Os aspectos textuais (interacionais) estão ligados às estruturas gramaticais, ou delas desvinculados? Considerarei essas questões na próxima vez que escolher um livro didático.
Todo o tempo, estamos envolvidos em situações de leitura e escrita, o homem moderno não sabe viver sem o uso da escrita. É papel do professor, especialmente de linguagens, habilitar seu aluno para compreender e se expressar nesse mundo letrado.
As funções do texto vão de simples comunicações a funções sociais. Um mesmo texto em situações diferentes adquire significado e valor diferentes.
A leitura eficaz e compreensão de cada texto dependem das vivências do leitor de sua maturidade e conhecimento do contexto ao qual o texto se refere.
O trabalho de leitura, escrita e reescritura dos textos dos alunos é importante para permitir que o aluno reconheça em seu texto as estruturas lingüísticas que funcionam e as que devem ser reformuladas e assim perceba os recursos de que dispõe para expressar-se.
Encorajada pela leitura do fascículo decidi levar os textos de um dos meus alunos para ser reformulado por ele juntamente com os colegas, (embora temesse uma reação negativa já que o texto apresentava muitos problemas de ortografia, concordância verbal e nominal, regência enfim com tantos problemas gramaticais e mesmo de coesão, que quase se perdia a idéia principal do texto.) para a minha surpresa o aluno mostrou-se orgulhoso e animado por ter seu texto mostrado aos colegas e participou ativamente das alterações que fizemos para tornar seu texto mais claro e menos repetitivo. Mas o resultado mais positivo foi que os alunos dessa turma, que é uma classe de aceleração, mostraram-se mais animados com as aulas e tornaram-se mais participativos com a auto-estima visivelmente melhor desde então. (Acertei, e não há sensação melhor para um professor do ver seus alunos animados, participando das aulas e aprendendo) .

O corpo fala

Antes mesmo de aprender a falar, aprendemos a manifestar nossas emoções e necessidades através do corpo. Encolhemos quando sentimos frio, nos contorcemos e fazemos caretas de dor ou medo. À medida que crescemos e prendemos a falar aprendemos também que em algumas situações os gestos são mais eficientes que as palavras. Andando na rua quando vemos um amigo e estamos atrasados um simples gesto com a mão será o suficiente para que não percamos tempo sem perder o amigo.
Em outras situações, a perda de um ente querido, por exemplo, o calor de um abraço será a melhor expressão de nossa solidariedade com o próximo.
A dinâmica nos permitiu refletir sobre os gestos e expressões corporais e sobre a importância da linguagem verbal, se em algumas situações podemos prescindir dela em outras é vital usar as palavras para ser claros em nossas comunicações com o outro. O corpo fala, mas sozinho não pode dizer tudo.


“O olho do homem serve de fotografia ao invisível, como o ouvido serve de eco ao silêncio”. – Machado de Assis.

O invisível e o silêncio significam, para mim, o mistério, aquilo que guardamos e que pode passar despercebido aos outros. Nossos olhos e ouvidos levam à memória o que for importante.

Preconceito Lingüístico – Marcos Bagno

Dividimos os preconceitos entre a turma formando grupos para analisar detalhadamente cada um deles; percebemos que não adianta negar, em nossa prática encontramos afirmações que reforçam esses preconceitos. Muitos alunos trazem essas afirmações absurdas de casa ou aprenderam através da mídia que só existe um jeito de falar português. Cabe a nós professores desmistificar a língua e ensinar ao nosso aluno que ele deve conhecer e dominar a norma culta para decidir o que fazer com ela.
É muito importante que todo brasileiro conheça pelo menos algumas variedades lingüísticas e decida por si mesmo em qual situação vai usar tal ou qual variedade.
Somente assim a linguagem vai deixar de ser instrumento de dominação dos menos favorecidos e passar a ser um meio de libertação, desenvolvimento e promoção da justiça social.
É papel da escola promover a reflexão sobre a língua para que todo aluno se aproprie de outras maneiras de falar e escrever além da sua sem ser esmagado pelos preconceitos sociais e imposições da mídia.

Da Cultura de Oralidade para a Cultura Letrada: a Difícil Transição







O texto traz números do IBGE e o cruzamento desses dados nos mostra que a que a formação dos pais tem grande influência no desenvolvimento dos filhos. Além dessa dificuldade há ainda outros fatores de ordem social que interferem dificultando a aprendizagem dessas crianças.
O debate levantou questões além do texto, observamos em sala de aula que aquelas crianças cujas famílias não conseguem oferecer suporte emocional adequado enfrentam mais dificuldades para aprender, porque lhes falta apoio e condições adequadas de estudo em casa, o que prejudica e muito o seu desenvolvimento.
O papel da escola é encontrar maneiras diferentes de ajudar a esses alunos, que já dominam bem a modalidade oral, a adquirir as habilidades necessárias para se expressar com a mesma eficiência na modalidade escrita.
Com esse objetivo trabalhei produções de poemas com meus alunos de 6º e 7º anos do Ensino Fundamental fizemos textos coletivos. Depois de trabalhar alguns recursos poéticos como rima, verso, estrofes, aliterações pedi que produzissem seus poemas, sobre o lugar onde vivem. Para não tolher a imaginação dos alunos deixei que optassem entre a rua, o bairro ou a cidade onde vivem. A maioria preferiu falar sobre sua rua e mostraram o que mais os encanta ali. Ao final do projeto meus alunos produziram acrósticos sobre si mesmos e poemas sobre nossa cidade mostrando que assimilaram as técnicas de produção de poemas trabalhadas.
Fazer um trabalho que diminua as diferenças sociais e culturais em nosso país é semelhante ao das formiguinhas – pequeno demais ante a grandeza do problema – por isso os resultados aparecem tão timidamente.

A Lingüística e escolha do livro didático



A sala de aula é o lugar privilegiado para que o aluno possa interagir com seus pares e construir seus conhecimentos, sobretudo quando se trata de linguagem e expressão.
O livro didático, para muitos dos nossos alunos, é a principal fonte de informações, daí a importância que esse tipo de livro ocupa na formação dos nossos alunos. Portanto, esse livro deve conter informações relevantes e privilegiar a reflexão sobre a língua em todas as suas realizações tanto oral como escrita.
Analisamos os livros que nos são oferecidos para que possamos escolher para serem adquiridos pelo PNLD, concluímos que os livros que melhor atendem a essas necessidades que foram escritos por autores que têm formação em Lingüística.
Dividimos a turma em grupos, cada grupo encarregou-se de analisar dois dos livros sugeridos pelas editoras para a escolha no final de 2007. Analisamos:
Alet
Não traz proposta de atividades orais, não valoriza as variedades lingüísticas, quando traz alguma variedade lingüística diferente da padrão é apenas para mostrá-la com exótica, exemplo do que não se deve fazer ou falar. É um livro com poucas ilustrações cujas atividades propõe apenas transcrição das respostas encontradas no texto. Uma análise rápida permitiu identificar essas inadequações porém uma das professoras presentes disse ter trabalhado com o referido livro e que as carências do livro em sala de aula são ainda maiores. Não é um livro que atrai a atenção do aluno.
Entre palavras (Mauro Ferreira)
Traz proposta de atividades para o aluno "ouvir e falar" que, apesar de direcionadas, podem ser aproveitadas para o trabalho com a orallidade poi o professor pode , nessse momento, valorizar o falar do aluno, contém textos com variedades diferentes da "norma padrão" e propostasa de debates que favorexcem a expressão do aluno, mas privilegia o gênero narrativo.

O Vôo da Asa Branca.

O Segundo Encontro
Inicialmente realizamos uma dinâmica para que todos os participantes tivessem oportunidade de conhecer os demais e expor seus anseios e expectativas em relação ao curso. Depois estudamos o texto do professor Dioney Moreira Gomes

O Texto: O Vôo da Asa Branca: Uma Reflexão Sobre a Lingüística e o Ensino da Língua Portuguesa.

Estar preparado para ensinar o nosso aluno nos dias atuais significa principalmente conhecer as diversas variações da nossa língua, para respeitar a cultura que esse aluno traz para a escola. Não significa que vamos deixar o aluno sem a oportunidade de conhecer a língua padrão, mas que ele vai aprendê-la sem desvalorizar a sua. Foi um longo debate para que chegássemos a esse consenso. Alguns professores pensavam que a escola deveria se restringir ao ensino da língua culta, outros entediam que não se deve mais corrigir o aluno, por fim concluímos que o aluno deve ter a oportunidade de construir seu conhecimento da língua e seu funcionamento a partir do que ele traz.
O texto nos lembra que alguns usos que os alunos fazem, materializados na música Asa Branca, já ocorreram em outras épocas e que resultaram na evolução da língua. Exemplos de palatização do lh são freqüentes nas falas dos nossos alunos porque ouvem em suas famílias, entre os meus alunos o rotacismo não é tão freqüente, mas sabemos que existe em algumas famílias e muitas vezes é alvo de discriminação e preconceito, os quais a escola deve trabalhar para eliminar.
Algumas vezes obtive o sucesso que desejava nessa empreitada. Procuro mostrar aos meus alunos que eles devem conhecer a língua para decidir o que fazer com ela.

Aula de abertura do curso


Em uma solenidade, que contou com a presença das principais autoridades do município de Unaí: o Senhor Prefeito Antério Mânica e a Secretária Municipal de Educação Sra. Neuzani das Graças Soares Branquinho entre outros, nós, os professores das redes municipal, estadual e alguns da rede particular iniciamos o nosso curso de formação à distância. Eu estava tão ansiosa por voltar a estudar, que nesse encontro fiz questão de me sentar na primeira fila. Após as formalidades iniciais, cada equipe de tutores teve a oportunidade de apresentar seu módulo do curso. Todos os discursos proferidos enfatizavam a importância de o profissional da educação capacitar-se constantemente.

Para demonstrar o quanto nosso módulo seria interessante, as tutoras prepararam uma aula interativa utilizando a música Asa Branca de Luís Gonzaga e H. Teixeira e o texto do professor Dioney Moreira Gomes O vôo da Asa Branca; uma reflexão sobre a Lingüística e o Ensino da Língua Portuguesa. – essa aula aguçou ainda mais meu interesse pelo curso.

No momento de fazer minha inscrição optei pelo módulo 2 por ser o que estava mais próximo de atender aos meus anseios profissionais porque sinto grande necessidade de atualizar meus conhecimentos e métodos de trabalho. Eu poderia ainda fazer uma segunda inscrição, se fosse para Educação Inclusiva, mas concluí que não teria condições de realizar de maneira satisfatória os dois por isso fiquei apenas neste módulo. Após concluí-lo vou estudar Educação Inclusiva.

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